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segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Dualidade em Equilíbrio

meu sorriso é de canto, minha expressão leve...
apesar de tão carregada, Dos sentimentos, dos eventos...
Voltei e, mais uma vez, derrotado. Por mim mesmo, no entanto.
Assombrado pelos velhos obscuros que me habitam. A cada ano os conheço melhor.
Não vou contar sobre o que entreguei, sobre como me senti, nem sobre como poderia ter sido diferente.
Vou contar que houve um pôr do sol inesquecível.
Que, embora adeus, houveram risadas e olhares.
Em algum momento do tempo fomos verdadeiros amantes.

Voltei para dizer que estou feliz por estar vivo.
Por cada uma destas lindas experiências que me foram confiadas, eu sou grato. Pelo Amor presente em minha vida. Pelo abrigo da chuva e do frio. Pelo alimento, a água e o ar que nutre este corpo. Pela oportunidade de navegar e sentir o fluído transpassar.
Eu com certeza sou outra pessoa depois da Princesa do Mar Bambu.
Agora entendo melhor o Sol e a Lua.




Sallut
23.10.2023

sábado, 11 de fevereiro de 2023

A Princesa do Mar Bambu

 ...minha velha sandália se aposentou...

O velho cordão de angelim vermelho, também...

Renovei quase todas minhas vestes. As células do meu corpo, também...

Meu coração... desfez sua antiga couraça. Estou novamente entregue a um novo amor.

Algo em mim não mudou. Continuo tocando minhas flautas. E, veja bem... ainda escrevo no meu antigo diário. Alguns dos meus planos de curto prazo se modificaram um pouco. Minha viagem às Cordilheiras se adiou. Mas, não conto isto com tristeza. Pelo contrário. Meu coração está cintilando novamente.

Foi a Princesa do Mar que cruzou meu caminho.

Meu jeito romântico incorrigível não hesitou em mudar tudo, outra vez...

Algo parece diferente. Eu mudei. Tenho um novo repertório.

As coisas continuam no seu lugar de sempre. Mas as vejo de outro ângulo agora.

Estou tendo a oportunidade de ministrar a flauta por algum tempo, viver disso de uma maneira que ainda não conheço. Estou animado. Cantando, dançando e sorrindo. Com vestes em tom verde-claro, bege e marrom. É novo para mim, mas estou gostando.

Querido diário, não se esqueça das minhas lembranças mais doces. Sei que você está abarrotado de sentimentos densos e tristes. Mas isto não é tudo.

Afaste os dementadores com o verão de 2023.



Sallut

11.02.2023

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Caminho entre Dunas de Silêncio

...por onde andei, tudo que me aconteceu...
Estou Vivo. Sou grato.
Mirando o Sol com olhos de outros rumos.
Com todo sentimento
saúdo mais um dia.

Eu caminho e cruzo a cidade, saindo do bairro rumo ao centro. Tomo o transporte ouvindo o Raga Yaman. Ele me acalma e coloca meu coração bem tranquilo. Embora meus pensamentos revoem como uma tempestade, sigo firme numa decisão que só o coração sabe os motivos.

Eu vivo esta história, mas não conheço seu destino. A vida é um mistério.
Agora tudo o que eu quero é fazer minha última peregrinação. A Cordilheira.
Quero fincar minhas raízes, construir minha casa. Começar a plantar todas as sementes que reuni.
As viagens não mais me apetecem. Nenhuma expectativa de conhecer todo o mundo.
Tudo o que vi até aqui foi Divino Maravilhoso.

Querido diário. Desde que comecei a escrever e relatar meus mais íntimos pensamentos aqui, muita coisa me aconteceu, me transformei em vários personagens e a vida continua me moldando. Apesar de ter diminuído a frequência com que lhe visito, mantenho a escrita como a origem de toda a minha expressão. Tenho meus diários de bordo.

apareço vestindo uma calça jeans branca, com o velho cinto coral,
a camisa de krishna tocando seu bansur. O colar de cristal por dentro da veste.
O cabelo black. Um pouco mais magro. A velha sandália mais surrada, mais usada.
A mochila de tecido que guarda água, blusa e flauta. O mesmo simples tão simples quanto sempre.

Me olhe, veja dentro de meus olhos. Ouça minha voz e pense nas palavras que lhe digo. Estou te olhando, tentando ver dentro de você. Buscando ouvir sua voz para entender o que me trazem. Eu sou o outro você.




Sallut
12/09/2022



quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

No Templo Interior Chove - Limpeza

 Volto mais uma vez de coração partido.

Este diário está abarrotado dos meus sentimentos mais densos e pesados.

Desta vez permito ser breve,

"...nunca houve tanta força num só coração que emanasse Amor. Andávamos durante algum tempo nesta Terra imensa. Nada nos surpreendeu tanto quanto o poder do Amar. É incrível quando a melodia dos corpos, das mentes, dos sonhos, do coração. Bem lá no fundo não importa o caminho que vamos tomar, seguimos. O que virá agora é um reflexo de tudo o que já viemos tecendo. Coletemos. Viva as diferenças. Viva o Amor."





Sallut

22.12.2021


domingo, 1 de agosto de 2021

Plumantra

 ...o sopro de vento grave é quem me trás...

Venho tão lá de baixo, tão lá de dentro... canto que faz tremer. De pronúncia suave, aveludada, preenchida com algo bem carinhoso e quentinho. É o sopro de vento grave quem me trás.


Me entrego pro mergulho de cair dentro de mim mesmo conforme meu próprio peso. Há uma parte da consciência que é preciso muita entrega para acessar. Se entra ali plumando. A melhor forma de transitar entre as cavernas e caminhos intraterrenos. É preciso entregar-se e permitir-se cair, num movimento de pluma. Lá dentro é sua parte mais leve e translúcida que se manifesta. Do escuro surge um brilho. Deste Encanto vem toda Harmonia. Mas, caminhar num lugar tão obscuro exige cuidados, o desconhecido desperta o medo, a mente cria todas as confusões e manifesta o desespero. É tentando sair do abismo com confusão que você se perde. Fechei os olhos e respirei calmamente. Pude subir até onde quis como se uma escala em Ascensão o fosse. Até a última oitava. Mesmo a subida de Altura é guiada pelo vento. Ele quem me traz. Sou apenas uma pluma sendo carregada por estes sopros do Divino que, pra lá e pra cá, me fazem plumar. Em algum momento o vento pára e existe um repouso. É pra dentro que eu vou.





Sallut

01.08.2021